Os franceses votam neste domingo (24) em uma eleição que decidirá se o presidente centrista Emmanuel Macron, pró-União Europeia, mantém o cargo ou se será substituído pela eurocética de extrema-direita Marine Le Pen, no que equivaleria a um terremoto político.
Pesquisas de opinião dos últimos dias apontavam uma liderança sólida e ligeiramente crescente para Macron, com analistas dizendo que Le Pen — apesar de seus esforços para suavizar sua imagem e atenuar algumas das políticas de seu partido — permanece intragável para muitos.
Mas uma vitória surpresa de Le Pen não pode ser descartada. Com as pesquisas mostrando que nenhum dos candidatos pode contar com apoiadores obstinados o suficiente para vencer, muito dependerá daqueles que ainda estão pesando os temores sobre as implicações de uma presidência de extrema-direita contra a raiva pelo histórico de Macron desde sua eleição, em 2017.
Uma vitória de Marine Le Pen marcaria uma reviravolta política para as democracias ocidentais no mesmo nível do Brexit ou da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, em 2016, encerrando décadas de governo de líderes franceses mais convencionais e representando a mais recente ameaça ao futuro da União Europeia.
A votação foi aberta às 8h no horário local (3h em Brasília) e seré encerrada às 20h (15h em Brasília). As projeções iniciais de pesquisas de boca de urna devem ser divulgadas assim que as urnas fecharem.
Até meio-dia do horário local, cerca de 26,4% dos eleitores já haviam votado — 2 pontos a menos em relação a 2017, quando a participação já estava no ponto mais baixo em quase meio século.
Macron, de 44 anos, que venceu Le Pen na última eleição presidencial, há cinco anos, alertou para uma “guerra civil” se a adversária — cujas propostas incluem a proibição do uso de véus muçulmanos em público — for eleita, e convocou apoio de democratas de vários ramos.
Marine Le Pen, de 53 anos, tem concentrado sua campanha no aumento do custo de vida na sétima maior economia do mundo, que muitos franceses dizem ter piorado com o salto dos preços globais de energia. Le Pem também critica o estilo de liderança abrasivo de Macron, que, segundo ela, mostra um desprezo elitista pelas pessoas comuns.
Para o vencedor, o primeiro grande desafio será ganhar as eleições parlamentares em junho para garantir uma maioria viável para a implementação de seus programas.
Agência Brasil
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