O Cristo Redentor estará iluminado hoje (15) à noite com as cores rosa e azul para chamar atenção para a importância de combater o câncer de mama e de próstata. A cor rosa vai marcar o início da campanha nacional de O Ano Todo Rosa, promovida pela Oncologia D’Or, para apoiar a mulher no combate à doença. De acordo com a unidade, uma em cada oito mulheres deve desenvolver o câncer de mama ao longo da vida, sendo o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e o de maior incidência nas mulheres.
Para o diretor regional da Oncologia D’Or, Marcus Vinicius J. dos Santos, por ser um conhecido cartão postal do Rio, a iluminação do Cristo tem o objetivo de atrair a atenção de quem mora na cidade, mas também dos turistas. “É quase que inevitável você buscar o Cristo na paisagem da cidade. Então quando a pessoa parar para admirar o Cristo e se deparar com as cores, poderá refletir sobre a necessidade de cuidar da saúde”, disse.
A Oncologia D’Or vai disponibilizar em seu site e nos seus perfis nas redes sociais orientações simples e diretas de alguns dos principais oncologistas do país. O serviço pretende esclarecer dúvidas comuns das mulheres. O presidente da Oncologia D’Or, Paulo Hoff, alertou para a necessidade de as mulheres entenderem que não se pode esperar o mês de outubro para se preocupar com exames e medidas de prevenção. “É preciso que esse cuidado e atenção sejam durante todo o ano”, destacou, acrescentando que para isso, é fundamental levar informação de qualidade à população, porque, em muitos casos, ainda é preciso desmistificar a doença.
Apesar de campanhas ao longo dos anos, o combate à doença nas mulheres enfrenta ainda algumas barreiras. Uma delas, segundo o oncologista José Bines, por mais contraditório que possa parecer, é o preconceito das próprias mulheres com a realização de mamografia, que infelizmente, permanece presente na cabeça de muitas pessoas com a terrível ideia de que quem procura, acha.
De acordo com o médico, algumas mulheres criam uma falsa expectativa de que a doença não vai se manifestar se não for ao médico ou realizar os exames preventivos. Mas há também mais resistências. “Vemos casos de mulheres que evitam o exame devido à dor que ele provoca ou ao medo da exposição à radiação, apesar do procedimento ser comprovadamente seguro e indicado pelos melhores especialistas como a principal forma de prevenção”, apontou.
O oncologista destacou ainda para a ocorrência de casos em que mulheres só recorrem ao exame quando percebem algum sintoma, o que normalmente indica que a doença está em um estado avançado, com sérios riscos à saúde. “Se diagnosticado no estágio inicial, a chance de sucesso do tratamento é de 95%”, indicou.
Outro erro relatado pelo médico é o de confiar que o autoexame é suficiente para o rastreamento do câncer, o que pode levar mulheres à falsa sensação de estarem saudáveis quando o tumor já existe, mas não é possível sentir pelo toque. Conforme o oncologista, é importante verificar o histórico familiar, pois entre 5% e 10% dos casos de câncer de mama ocorrem devido a uma predisposição herdada para desenvolver a doença.
“Quando há casos na família, é preciso ter ainda mais atenção com a prevenção”, disse, recomendado para estes casos procurar uma avaliação por um oncogeneticista, que vai investigar se há mutações herdadas que facilitariam o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.
José Bines informou que a realização de radioterapia no tórax aumenta o risco de desenvolver um câncer de mama, e se a mulher tiver feito qualquer tratamento com esse procedimento, deverá manter um rigoroso acompanhamento médico próximo. Além disso, o recomendável é estar atento aos hábitos que auxiliam na prevenção da doença. Alimentação saudável, atividade física e controle do peso corporal podem cooperar para evitar 28% dos casos de câncer de mama.
“Consumo excessivo de álcool, uso de contraceptivos orais, excesso de peso, principalmente na pós-menopausa, e terapia de reposição hormonal aumentam o risco de câncer de mama”, observou.
Já o câncer de próstata, de acordo com o ministério da Saúde, é a causa de morte de 28,6% da população masculina. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Agência Brasil
More Stories
Brasil pede desculpas oficiais pela escravização das pessoas negras
Veja a lista dos 37 indiciados pela PF no inquérito do golpe de Estado
Tiro contra tropa foi único fato que chamou atenção do Exército no G20