21 de dezembro de 2024

Jutan Araújo

Sem Meias Verdades

Cientistas estudam privada que identifica doenças através de ‘biometria anal’

Vasos sanitários com sistemas inteligentes de aquecimento e limpeza já existem no mercado — ainda que por preços elevados. Mas você imagina que o hábito de ir ao banheiro pode ir além pensando em tecnologia? Cientistas da Stanford School of Medicine, nos Estados Unidos, focam seus esforços em criar uma privada capaz de escanear o ânus de quem a utiliza e identificar os indivíduos, como uma espécie de impressão digital.

Com a ajuda de uma câmera instalada dentro do vaso sanitário (e que não corre o risco de estragar) e de algoritmos com inteligência artificial, os pesquisadores desejam coletar, cruzar e analisar informações de saúde de cada usuário por meio de características únicas da pele dentro do canal anal, chamada de anoderma, e de amostras das fezes. As informações são do Wall Street Journal e do site Futurism.

A principal ideia desse tipo de iniciativa é ajudar em cuidados médicos por parte dos pacientes. Dessa forma, a tecnologia pode ajudar a compreender melhor as condições de saúde gastrointestinais de uma pessoa ou até mesmo problemas para urinar ou defecar.

Seria algo próximo do que os smartwatches (relógios inteligentes) realizam para monitorar a saúde do usuário no dia a dia medindo dados por meio do pulso.

Um artigo publicado pelos cientistas dos Estados Unidos em 2020 mostrou que a tecnologia é capaz de calcular o volume de urina de cada pessoa.

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Outras iniciativas

E não são apenas os pesquisadores da Stanford School of Medicine que desejam criar esse tipo de tecnologia.

Há o caso da empresa Toi Labs, que desenvolveu também uma privada inteligente chamada de TrueLoo. Ela traz uma seleção ainda maior de dados de biometria para análise e é voltada especialmente para pessoas idosas.

“É essencial entender quando alguém tem padrões anormais. E então é possível documentar esses padrões e fornecer relatórios, que podem ser usados por médicos para ajudar no tratamento de uma variedade de condições”, contou o fundador da empresa Vik Kashyap em entrevista ao The Guardian.

Segundo ele, o vaso pode analisar as fezes através da observação de aspectos como volume, clareza, consistência e cor. Todos os métodos são apenas de visualização, sem precisar do toque.

Outra empresa que realiza algo parecido é a Coprata, uma stratup que monitora fisiologia de pessoas e é afiliada à Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

Os produtos, do mesmo modo, analisam as amostras humanas para buscar indicadores de saúde e trazer potenciais respostas envolvendo de doenças.

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E a privacidade?

Os cientistas da Stanford School of Medicine dizem que as pessoas não precisam se preocupar, já que os dados armazenados serão analisados por um servidor que é criptografado (informações que poderiam identificar alguém ficam embaralhadas por códigos) em uma nuvem.

Contudo, o receio quanto à privacidade e proteção dos dados é legítimo, já que a análise desses materiais poder trazer informações pessoais sensíveis, como uso de drogas e de doenças.

O coordenador do MedConfidential, Phil Booth, segundo reportagem do The Guardian, acredita que diversas pessoas não usariam uma tecnologia do tipo pela sensação de invasão de privacidade, ainda mais com uma câmera apontada para a pessoa.

Para ele, “assim que você começa a medir algo que é do corpo, a linha de privacidade é ultrapassada.” (Salvador Notícia)

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