22 de novembro de 2024

Jutan Araújo

Sem Meias Verdades

Caminhos da Reportagem mostra histórias da independência

O Sete de Setembro nem sempre foi a data comemorativa da independência brasileira. Quando o então príncipe Pedro de Alcântara Francisco deu o brado “Independência ou Morte”, em 7 de setembro de 1822, em São Paulo, pouca gente soube do fato no início. Para se ter uma ideia, apenas 20 dias depois, um jornal carioca comentou sobre isso.

Tanto é que inicialmente, a data oficial de comemoração da independência brasileira era 12 de outubro, dia em que o príncipe se tornou Dom Pedro I, imperador do Brasil. Apenas alguns anos depois, o Sete de Setembro passou a ser a data oficial. “Nós temos o célebre brado do ‘Independência ou morte’, mas na verdade, na época, ninguém comentou o Sete de Setembro”, conta Lúcia Bastos, Historiadora e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Essa e outras histórias da Independência do Brasil serão contadas no programa Caminhos da Reportagem deste domingo (4), que será exibido às 22h, na TV Brasil.

“A independência não foi um berro às margens do Ipiranga, mas todo um processo que só vai acabar com a conquista das províncias do Norte, muitas guerras, muita gente morrendo fora do eixo Rio- São Paulo”, conta a historiadora Mary del Priore. 

Entre os destaques, o Caminhos da Reportagem irá mostrar algumas dessas histórias que marcaram o nosso processo de Independência, como a guerra na Bahia, que só aderiu ao império brasileiro em julho do ano seguinte. 

A antiga província da Bahia se tornou palco também para presenças femininas importantes, como a de Maria Quitéria, primeira mulher a integrar as Forças Armadas e que foi condecorada por D. Pedro I como heroína.  A nossa parceira, TV Feira, foi até a sede do Memorial Maria Quitéria, em Feira de Santana (BA), cidade onde ela nasceu para contar parte dessa história. 

O programa aborda também a participação da futura Imperatriz Leopoldina nesse processo. “Quem está por trás do “Fico” (decisão de Dom Pedro I em permanecer no Brasil) é a Leopoldina porque ela tem uma visão mais preparada do que ele (Dom Pedro I)”, conta Paulo Rezzutti, pesquisador e biógrafo. “Ela vê que se Portugal continuasse reforçando essa questão de recolonizar o país, o Brasil logo estaria perdido para Portugal e também não era certeza de que a família continuasse no trono português porque aquele governo não ouvia o rei”, explicou. 

Histórias ainda como a faceta de músico de Dom Pedro I e a participação de personagens ingleses, como o Almirante Cochrane, no nosso processo de independência são outros destaques do programa.  

Ficha técnica

Reportagem e produção: Aline Beckstein

Edição de texto: Luciana Góes 

Edição de imagens: Eric Gusmão, Mauro Fernandes, Flavio Molina

Apoio à produção: Thaís Chaves (RJ), Júlia Ballarini (SP) e Flávia Peixoto (DF)

Imagens: Gabriel Penchel, Sandro Tebaldi, Alexandre Nascimento, André Pacheco e Eusébio Gomes

Auxílio técnico: Yuri Freire, Adaroan Barros, Ivan Meira, Raimundo Nunes 

Drone: Eduardo Viné Boldt 

Operador de áudio: Eduardo Sá

Equipe TV Feira (Feira de Santana-BA):

Marcondes Araújo (reportagem)

Davi Cerqueira (imagens)

Agência Brasil